O número de mulheres eleitas este ano em Minas Gerais diminuiu em comparação ao último pleito. É o que revelam dados do Tribunal Superior Eleitoral – TSE. Segundo o órgão, em 2012, 69 prefeitas e 940 vereadoras foram eleitas no estado. Já em 2016, no primeiro turno das eleições, 62 mulheres foram escolhidas para chefiar prefeituras, enquanto 921 cadeiras em Câmaras de Vereadores serão ocupadas por elas.
Os números apontam queda de 11,29% no total de prefeitas eleitas. Quanto às vereadoras, são 2,06% menos parlamentares nas Câmaras. A deputada Celise Laviola (PMDB), que defende a maior participação da mulher na política, lamentou a queda na representatividade. “Precisamos estimular aumento de candidaturas de mulheres e trazê-las para o cenário político. Este desequilíbrio fragiliza a democracia”, argumentou.
A parlamentar, que é presidente da Secretaria das Mulheres da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais – Unale e vice-presidente da Comissão Extraordinária das Mulheres da Assembleia de Minas, acredita que medidas como a PEC 134/15, que tramita no Congresso Nacional, podem ajudar a reverter este quadro.
A PEC 134 acrescenta art. 101 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reservar vagas para cada gênero na Câmara dos Deputados, nas Assembleias Legislativas, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas Câmaras Municipais. “Se aprovada, a Proposta garantirá, nas três legislaturas subsequentes à promulgação, 10% das cadeiras na primeira legislatura; 12% das cadeiras na segunda legislatura; e 16% das cadeiras na terceira legislatura”, informou Laviola.
Apesar da baixa na representatividade feminina, Celise destacou a conquista de municípios que elegeram mulheres para a próxima legislatura. Conselheiro Pena, cidade do Vale do Rio Doce, que não possui mulheres na atual gestão, conta, agora, com três vereadoras eleitas. “Esta é uma grande conquista para o município e denota maior pluralidade nas decisões políticas”, concluiu a parlamentar.
